EscritorAnônima

Sabe, a vida passa depressa e você só se dá conta disso quando vê que já está com 16 anos e meio, e tudo parece ter mudado e tudo parece estar correndo mais rápido do que você consegue acompanhar, pelo menos essa é minha sensação. As ideias de uns anos atrás, de uns meses atrás, de uns segundos atrás já não fazem mais sentido, já se perderam perante a razão... O que falar diante disso? Hoje o mundo me consome, e eu sei que isso não é nada do que um dia pode ser ainda, e me pergunto: é para isso que eu estou andando, é isso que eu quero? Só sei que tá assim meio difícil, meio complicado, meio chato, meio massacrante viver assim... Todos precisam de um tempo para si e isso, hoje em dia, me faz falta. Até aquele que é meu porto-seguro, hoje também está meio sem tempo pra mim, como lidar então? Parar e ver que os estudos já não são para mim, que minhas ideias de um segundo atrás já não tem coerência, é o mesmo que perceber que a mudança agora é completamente perceptível... Sempre fui difer

Como é fácil julgar... Ah, como era fácil apontar e falar que o outro estava errado, equivocado, louco, cego... Às vezes, mesmo sabendo ser errado, preferia ainda ser assim. Você, assim como eu, julga ou já julgou, o jeito de que alguém amava, o que esse alguém fazia pela pessoa que amava. É muito mais fácil julgar quando se está do lado de fora, quando você pode pensar racionalmente, friamente, sem nenhum sentimento para conflitar com a razão. Hoje, paguei tudo que falei, e senti o que todas as pessoas que julguei deviam ter sentido... Quando se ama verdadeiramente, não há coisa que não vá fazer por aquela pessoa. Tudo que um dia teve como importante, aquela pessoa vai superar, muitas vezes, superará até seu orgulho. Sim, doloroso dizer isso, mas é a pura verdade. Quem nunca voltou atrás mesmo sabendo que não tinha culpa em nada, mas mesmo assim pediu desculpas? Pois é. Vejo que correr atrás da felicidade, não é errar, não é vergonhoso. Se pensa que a pessoa que ama é aquela que fará

música que deu inspiração Não podia mais adiar, era minha penúltima noite, tinha que sentir tudo que queria e que ansiava. Théo veio comigo até o jardim, sem nada entender. Estava ali meu amigo, meu amor, minha criança, meu homem, meu antigo ódio e, atual amor. Ele me observava, esperando que eu o informasse o que tudo significava. Dei um sorriso tímido e olhei a grama para distrair meu olhar do seu, mas não dava para escapar. Uma flor imediatamente se abriu ao meu lado, era meu ser, minha realidade tão presente que era inútil lutar. Ouvia a música que ele deixou lenta, tocando suave na sala e, enfim o olhei. Ele deu aquele meio sorriso e eu lhe estendi minha mão, ele a pegou sem hesitar e a apertou carinhosamente. O filme foi tão rápido perante meus olhos, que senti o verde brilhar naquela pequena fração de segundo, o puxei lentamente para meus braços. Ele, como amigo, me abraçou fortemente e meus olhos estremeceram. As lágrimas irião vir, mas chuva não era nada ideal para o momento,

"Estava eu, na sala, no sofá, olhando um objeto de cristal sobre a mesa de centro, pensando. Sempre ele em minha cabeça... O cristal reflete a luz que à ele chega; e a cada ponto capturado por meu olhar, uma lembrança é despertada. Os seis anos que não o vejo, parecem nunca ter existido... Ainda tenho a imagem dele partindo, para nunca mais voltar, como se isso tivesse acontecido no dia anterior. Não posso o culpar! O único culpado aqui, é meu coração, que só bate por ele, com lembranças dele. E o Marcelo? Meu melhor amigo, meu namorado... À quem quero enganar? Estou com ele suprindo as necessidades que me são fortes. Eu o amo, não minto ao dizer, só não como ele espera e merece. Injusto amar alguém que nunca mais se lembrou de mim e, não aquele que está disposto a ter uma família comigo. O cristal ainda está reluzente na mesa e eu fico o admirando... Ele podia estar no lugar do meu coração, pois não é egoísta e, reflete brilhante a qualquer raio de luz, não escolhe somente um par